terça-feira, outubro 17, 2006
Toques...
Sem te tocar
emergir do sono
em que estou
pairar sobre a fisionomia do fogo
e dar-te um nome de água
mergulhar em ti
e apanhar-te o fundo,
o beijo em apneia...
escavar os dias de chuva
ao encontro da sua nascente,
todas as forças são poucas
para te dar de beber...
(diluído na fantasia construo a obra de vidro,
é o derreter da areia sobre os meus passos
quando quero propor-te o orvalho da noite
onde o acromo passado morrerá após o sono).
nomear-te para os sonhos de papel
fertilizando o ciclamore em cada vermelhar cordiforme,
abalar o medo dos nocturnos corredores
onde as aranhas se recolhem no silêncio.
sem te tocar
vives-me nas mãos.
nelson d'aires
Agora vou dormir e sonhar contigo...Boa noite e bons sonhos! BFs
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1 comentário:
A uma luz perigosa como água
De sonho e assalto
Subindo ao teu corpo real
Recordo-te
E és a mesma
Ternura quase impossível
De suportar
Por isso fecho os olhos
(O amor faz-me recuperar incessantemente o poder da
provocação. É assim que te faço arder triunfalmente
onde e quando quero. Basta-me fechar os olhos)
Por isso fecho os olhos
E convido a noite para a minha cama
Convido-a a tornar-se tocante
Familiar concreta
Como um corpo decifrado de mulher
E sob a forma desejada
A noite deita-se comigo
E é a tua ausência
Nua nos meus braços...
Alexandre O´Neill
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